Perder um ente querido é algo muito difícil para todos. Porém, quando a situação também atinge crianças, o assunto se torna ainda mais complicado. Muitos adultos acreditam que os pequenos devem ser poupados de notícias sobre o luto. Mas, segundo especialistas em saúde mental, a morte deve ser um tema trabalhado desde cedo. Para a psicóloga Deysiane Macedo, o ideal é que, nesses momentos complexos, a criança precisa ter voz. “É necessário compreendê-la enquanto um sujeito que já está inserido no mesmo mundo que nós adultos, e que a ausência de alguém deixará as suas marcas”, explica a profissional.
Geralmente, quanto mais nova a criança, mais complicado é para as pessoas em sua volta explicarem tudo o que aconteceu. Por isso, é essencial que os pequenos já possam ter uma base de aprendizagem sobre tal temática, como fala Deysiane: “É importante que haja um processo educativo sobre a morte, desde a mais tenra idade, que naturalize essa etapa da vida. Isso pode ser feito de maneira lúdica. Isso pode ser ilustrado com uma plantinha, um animal de estimação ou um brinquedo perdido”.
Após noticiar sobre o assunto, também é preciso que os sentimentos de tristeza sejam proibidos. “Essa tarefa é desafiadora e nesse momento vale pedir suporte de pessoas que estejam menos fragilizadas com tal perda. É fundamental que a infância seja percebida como uma fase estruturante e para que haja amadurecimento emocional”, conta a psicóloga.