O luto frente à morte repentina
Por Deysianne Macêdo – psicóloga e professora do UniFavip
O que seria uma morte repentina, tendo em vista que tudo que vivemos é imprevisível, mas a morte é nossa única certeza? Culturalmente a morte é encarada como tabu, havendo um distanciamento desse tema na cotidianidade. Ao longo da história da humanidade, as pessoas encontraram estratégias de separação entre vida e morte, como se fossem coisas opostas. Isso é notado nos ritos fúnebres, por exemplo.
Na verdade, a morte é uma condição da existência, e a ideia de que ela só ocorre após longas décadas e depois de um período gradativos de adoecimento é uma ilusão. O organismo vivo tem suas fragilidades, e a finitude deve ser encarada como possibilidade em todas as fases do desenvolvimento. É isso que nos mantém vivos de forma ativa. Aceitando que o futuro não é uma garantia, as pessoas podem viver com mais presença e entrega. O que você deseja fazer, sentir e dizer? Por que não hoje?
Sigmund Freud, pai da psicanálise, foi categórico em sua citação sobre a aceitação da finitude: “Se queres viver, prepara-te para a morte”. A morte é também, simbolicamente, o fim de todo ciclo ou evento. Nossa cultura sabe lidar com as perdas, os fins? É necessário repensar o discurso social sobre o assunto e se utilizar do apoio de campos do conhecimento, como a Psicologia e a Psicanálise.