Planejamento é necessário também para a chegada da morte

 Planejar faz toda diferença em todas as circunstâncias da vida, inclusive na hora da morte. Ao contrário do que muitos pensam, não se deve fazer planejamentos apenas para comprar uma casa, um carro, fazer uma faculdade, aquela viagem dos sonhos ou uma festa de aniversário. É preciso pensar além, e evitar certas situações complicadas mesmo na hora da morte.

Por exemplo, quando se compra um veículo, uma das primeiras medidas que tomamos é de contratar um seguro para evitar dores de cabeça em caso de roubo, furto, acidentes que tragam danos ao veículo, pensando em ter a assistência necessária se precisar. Isso também pode ser considerado com o planejamento para o momento que não esperamos, o da morte.

Assim como para qualquer evento, não planejar esta ocasião pode tornar o momento do luto ainda mais difícil, com possíveis transtornos e desorganização. Quando se tem tudo planejado, a família poderá, quando chegada a hora, se entregar totalmente à despedida. É interessante também ter documentos e outras informações sempre guardadas de forma organizada, para evitar dificuldades em achar no momento em que todos estão emocionalmente abalados e enfrentando a notícia da perda de um ente querido.

Documentos pessoais, dados financeiros e bancários, procurações, contratos importantes, seguros de vida, carro ou casa, dados de pensão, instruções especiais (por exemplo, doação de órgãos) partilha de bens e testamento. Todos esses itens são muito importantes e requer que estejam organizados sempre.

O luto frente à morte repentina

Por Deysianne Macêdo – psicóloga e professora do UniFavip

O que seria uma morte repentina, tendo em vista que tudo que vivemos é imprevisível, mas a morte é nossa única certeza? Culturalmente a morte é encarada como tabu, havendo um distanciamento desse tema na cotidianidade. Ao longo da história da humanidade, as pessoas encontraram estratégias de separação entre vida e morte, como se fossem coisas opostas. Isso é notado nos ritos fúnebres, por exemplo.

Na verdade, a morte é uma condição da existência, e a ideia de que ela só ocorre após longas décadas e depois de um período gradativos de adoecimento é uma ilusão. O organismo vivo tem suas fragilidades, e a finitude deve ser encarada como possibilidade em todas as fases do desenvolvimento. É isso que nos mantém vivos de forma ativa. Aceitando que o futuro não é uma garantia, as pessoas podem viver com mais presença e entrega. O que você deseja fazer, sentir e dizer? Por que não hoje?

Sigmund Freud, pai da psicanálise, foi categórico em sua citação sobre a aceitação da finitude: “Se queres viver, prepara-te para a morte”. A morte é também, simbolicamente, o fim de todo ciclo ou evento. Nossa cultura sabe lidar com as perdas, os fins? É necessário repensar o discurso social sobre o assunto e se utilizar do apoio de campos do conhecimento, como a Psicologia e a Psicanálise.