São muitas as restrições indicadas pelas autoridades sanitárias para a realização de sepultamentos, nesse período de pandemia. A presença de, no máximo, 10 pessoas na sala de velório tem imposto limite físico para a participação de muitos, no momento de despedida de entes queridos. Ressignificar esse importante momento, que faz parte do ritual de celebração do luto é uma indicação, de acordo com especialistas da área de saúde mental.
A psicóloga Deysiane Macêdo convida à reflexão e nova vivência da experiência do luto. “Tendo em vista que é importante vivenciar esse sentimento, pense em que o leva até o cemitério. Procure qual o sentido disso e qual o tipo de encontro e homenagem realizada por você, nesse local. Perceba que a sua homenagem não se limita ao espaço físico. O sentido dessa homenagem está no seu afeto em relação a esse ente querido”, explica.
Deysiane Macêdo atenta para um ponto delicado que é trazido na vivência do luto. “Na finitude do outro o sujeito pensa sobre sua própria finitude e isso é fundamental, pois essa é a única coisa que nos desperta para a responsabilidade de que precisamos viver o hoje com qualidade, pois não sabemos se estaremos aqui amanhã. Utilize esse sentido de finitude e busque simbolizar a sua homenagem de outras formas”, sugere.
A psicóloga faz algumas indicações para a vivência dessa memória, de uma forma diferente da convencional. “Conversar com pessoas que partilhem da mesma dor ou semelhante; trazer esse afeto para perto, a partir do que essa pessoa que se foi lhe deixou, o que ela trouxe para a sua constituição como indivíduo e o que você vai levar para o resto da vida”, recomenda.